sábado, 3 de março de 2012

Filosofia no Vestibular

Estava navegando hoje pela manhã e me deparei com esta notícia:
Acho normal que a filosofia faça parte dos principais vestibulares das principais universidades do país, afinal desde 2008 é uma disciplina obrigatória em todas as escolas de ensino médio do Brasil. Porém o vestibular é uma ferramenta antiquada, objetiva e diretiva. Acho que é uma ferramenta injusta e imprecisa para medir "o conhecimento filosófico" de alguém.  Ao contrario de outras matérias que tem seu valor em suas formulas (matemática, física, etc.), ou das que tem seu valor na relevância histórico-social (história, geografia, etc.), a filosofia tem seu valor maior no ato de filosofar. Tenho o receio que com isso a filosofia na escola se foque em conhecer e decorar conceitos e teorias, ao invés de dar subsídios para que os alunos criem seus próprios conceitos e teorias.

Comentários
5 Comentários

5 comentários:

  1. Entendo que essa ojeriza ao vestibular por parte dos profissionais que trabalham com filosofia só serve para isolar a disciplina dentro do contexto escolar. A ideia de que o conhecimento que sou capaz de transmitir não é capaz de ser medido com os mesmos instrumentos capazes de medir o conhecimento transmitido por um professor de português ou história, parece uma ideia um pouco soberba.

    Um professor de filosofia para conseguir um emprego público, seja numa instituição, municipal, estadual e federal, tem que fazer provas. Não acho que minha "capacidade de pensar" seja atrofiada por eu fazer uma prova do CESPE, que pode ser comparada a um vestibular, só que para professores.

    Sou professor de filosofia e da mesma forma que critico a subvalorização da disciplina, também sou contra a supervalorização. Já cansei de ver colegas de profissão com aquela postura quase ascética que coloca a disciplina como aquela que pensa o universal (o necessário) enquanto as outras disciplinas pensam o contingente, coisas menos importantes. Acho que esse tipo de postura pedante só afasta os estudantes e faz com que muitos professores se sintam como os "mensageiros da verdade".

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    1. Perfeita colocação! O ensino de filosofia no ensino médio brasileiro é uma novidade, ainda há muitos ajustes a serem feitos, o principal deles é o das bases nacionais curriculares que está demasiadamente aberta e da LDB que valoriza apenas “o ensino do filosofar” e não da filosofia a meu ver. É normal que neste momento vejamos vários colegas (formados ou não na disciplina) desorientados sobre ‘o que ensinar’ e ‘como ensinar’ filosofia. Julgo que a inclusão das provas de filosofia nos vestibulares de todo Brasil é um passo sensato e coerente na direção de colocar a filosofia ao lado das demais disciplinas, tirando-a desta ‘pseudo posição’ superior para alguns e inferior para outros. Creio nisso baseado no fato de que tais vestibulares são feitos pelos departamentos de filosofia de cada universidade, que de certa maneira apontariam para alunos e mestres do ensino médio quais ‘aspectos da filosofia e do filosofar’ são importantes para aquela instituição, norteando o ensino-aprendizagem desta disciplina na escola... Fora isso, gostei mito de teu blog, estou seguindo-o e gostaria de pedir para que também sigam o meu WWW.filosofiahoje.com

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    2. Olá. Interessante sua colocação. Estou começando um trabalho com alunos do Ensino Médio e minha dificuldade é fazer com que o aluno compreenda a necessidade da Filosofia no conjunto com as outras disciplinas. Não supervalorizo e nem a coloco como inferior.Com os alunos do primeiro ano é mais tranquilo pois é o primeiro contato deles com o conteúdo com os dos segundos e terceiros anos que não vêem significação no que foi trabalho nos anos anteriores está mais delicado! Você alguma dica de como reverter essa situação?

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    3. Olá! Acho que cada turma é uma turma, cada aluno é um um aluno. Não há receitas prontas. Atualmente ensino filosofia para alunos cumprindo pena em regime fechado e semi-liberdade na FASE, antiga FEBEM de Porto Alegre, imagine só meu desafio... Eu tento por em prática o modelo das comunidade de investigação de M. Lipman (bem explicado em minha monografia que está na seção de download aqui do site)... primeiro tente descobrir de maneira sincera o que cada turma valoriza, depois faça perguntas norteadoras para tentar lincar os conteúdos as aspirações dos alunos, por fim, crie material rico de significância para que os alunos possam se identificar com a aula... acho que esse é o caminho, a solução vem com o tempo.

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  2. Valeu pelos elogios Fábio também estou acompanhando seu blog. Quanto aos quadrinhos, testei todos os links e eles estão funcionando. Deve ter dado algum erro quando vc foi fazer o download. No 4shared é muito difícil expirar os arquivos que foram upados. Abraço.

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