terça-feira, 19 de novembro de 2013

Indústria Cultural e Obsolescência Programada

A prática da obsolescência programada teria surgido ainda na década de 1920 quando empresas automotivas como a General Motors tentavam implantar o hábito da troca frequente de carros em seus consumidores para desta forma movimentar mais rapidamente a engrenagem econômica. Com isso os automóveis perderam qualidade e o desenvolvimento tecnológico saiu do campo da necessidade para se tornar exclusividade dos interesse das grandes empresas do ramo. Hoje isto é ainda mais claro na indústria automotiva, se olharmos a um modelo ainda na fase de protótipo, veremos um carro extremamente bonito e cheio de novas tecnologias, porém quando este mesmo carro chega em sua versão comercial está pobre, com tecnologia defasada, e com muito pouco da agressividade do desenho do protótipo. Isso ocorre porque cada modelo é explorado comercialmente seis anos em média, para gerar a necessidade da troca anual ou no máximo a cada dois anos do automóvel a indústria despeja anualmente as novidades que não são novas, pois já eram previstas no protótipo, porém foram propositalmente deixadas de lado para que todo ano exista a atualização daquele modelo no imaginário do consumidor que tem seu produto obsoleto em pouco tempo, fato que infla uma falsa necessidade de consumo e produção, mas que acima de tudo movimenta a máquina capitalista por cima dos indivíduos consumidores que são tratados como idiotas neste processo. O novo não é novo propositalmente. A fusão disso com a indústria cultural ocorrem com o herói do cinema ou da televisão que dirige sempre o último modelo da série mais completa de determinado veículo, muitas vezes o modelo usado é até mesmo o protótipo cheio de estilo e novidades, há casos até em que o carro assume o papel de protagonista do espetáculo como nas séries Transformers e The Fast and The Furious. Por fim, o processo do casamento da indústria cultural com a obsolescência programada se dá com o novo hit de verão, onde o músico pop canta a maravilha que é ter o novo carro é como isso lhe ajuda nas conquistas amorosas e no resto de sua vida sem responsabilidades rodeada de bebidas caras, curtição, e dinheiro. Seguindo esta fórmula normalmente o marketing costuma ser bem sucedido e os lucros nas costas dos tolos consumidores são grandes para todas indústrias envolvidas. Passam-se os anos e o processo se repete: O novo que não é tão novo torna-se brega pra que um outro novo não tão novo se torne novidade; Assim sendo o Camaro amarelo da década de 2010 é ao mesmo tempo tão novo e tão brega quanto o Fuscão preto da década de 1970. (Filósofo Fabio Goulart – Da página Filosofia Hoje)


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