quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Filosofia POP

A vulgarização da filosofia tem vários problemas. A principal é a abolição do trabalho do conceito. É fácil, para não dizer consolador, compartilhar ou citar frases de efeito de filósofos com o intuito de justificar uma opinião ou um estado de coisas. A filosofia pop transforma tudo em pré-conceito, pré-ideia, em suma, em ópio. O sujeito inquieto, sujeito aspirante a filósofo por excelência, acaba tendo os impulsos críticos fundamentais reprimidos por um pensamento que promete a felicidade e o consolo num tempo infeliz e desconsolador como o nosso. A filosofia pop, além disso, é cínica: além de ser sustentada por uma repugnante ideologia capitalista, ainda por cima desdenha as filosofias acadêmicas, dizendo que estas não são relevantes efetivamente, que elas não são capazes de tratar dos problemas reais e existenciais das pessoas, que, em suma, elas não são tão "úteis" e atuais. Mas existe algo mais irrelevante, irreal, inexistêncial, inútil e ultrapassado do que os ensinamentos de uma filosofia pop? Por mais pop que possa ser, toda filosofia deve permanecer sendo crítica para permanecer sendo filosofia. É o que tentamos aqui no Filosofia Hoje. (Filósofo Jeverton Soares Dos Santos)
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